Vamos falar de um tema que muitas vezes é deixado de lado, mas que deveria ser a base de tudo quando falamos de investimentos: o comportamento. No mundo das vendas, usamos aquela expressão “é preciso entender para atender”, e no universo dos investimentos, estou criando a minha versão: “é preciso entender seu comportamento para fazer uma recomendação.”
Não é segredo para ninguém que somos influenciáveis. Toda comunicação que recebemos tem algum impacto sobre nós. Em um mundo cada vez mais acelerado, com estímulos e informações constantes, não tem como não sermos atingidos. E é aqui que entra o grande ponto: a era digital — ou revolução digital — termos usados para designar os avanços tecnológicos que transformaram nossa forma de nos comportar. O mais preocupante? A cultura imediatista que se formou. Tudo muda tão rápido, e a gente já não tem tempo para aguardar nada.
O tempo está ultrapassado em um mundo imediatista
Um dos pilares dos investimentos é o tempo, essencial para o desenvolvimento de uma boa estratégia de longo prazo. Mas, no cenário atual, temos um contexto externo global desafiador: duas guerras em andamento, um governo protecionista nos EUA enfrentando inúmeros desafios — começando pela inflação, passando pela tentativa de aumentar a participação na industrialização, políticas de retaliação tarifária e um grande conflito comercial com a China. E falando nela, temos um cenário de desaceleração econômica por lá.
No Brasil, também enfrentamos desafios: inflação persistente, juros altos, perspectiva de PIB menor, uma séria crise fiscal — com o governo assumindo que não tem capacidade de honrar o orçamento em 2026 (se é que vamos chegar até lá) — além de problemas estruturais na economia, na política e no sistema jurídico. E, mais recentemente, um grande rombo nas contas do INSS, com o desvio de mais de 6 bilhões de reais. É um cenário confuso e desafiador, onde é cada vez mais difícil pensar no longo prazo.
Quero que você reflita: como você está se comportando diante de tudo isso? Se eu viesse aqui e falasse apenas de vieses comportamentais, seria só mais um artigo técnico sobre o tema. Quis trazer algo que realmente possa te ajudar na prática.
Agora, deixa eu te contar: fiz uma pergunta sobre esse assunto para o ChatGPT — “Chat, tenho uma dúvida! Finanças comportamentais são muito importantes na decisão estratégica de investimentos. Se o profissional humano, que deveria ter essa percepção e sensibilidade, muitas vezes não as utiliza, como você pode realmente ensinar sobre investimentos? Vou além: como montar uma carteira de investimentos que realmente atenda às necessidades individuais de cada investidor?” — e adivinhe o que ele me respondeu? Algo que me chamou a atenção: a sensibilidade humana é insubstituível. E é justamente sobre isso que quero falar com você.
Novas gerações e o excesso de informação
Olha que fato curioso e que me chamou muita atenção: a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) — e já temos mais duas gerações vindo aí — foi a primeira que teve acesso a informações de forma tão imediata e constante. No entanto, está vivendo um paradoxo. Pela primeira vez na história, os filhos têm um QI menor que o dos pais, o que mostra que,
embora tenham acesso a uma enorme quantidade de dados, a capacidade de processar e aplicar essas informações é diferente das gerações passadas. O impacto da cultura digital é real!
E é por isso que trouxe esse assunto aqui: o excesso de informação está te atrapalhando — e pode estar te afastando da vida financeira que você realmente deseja. Eu sei que você deve estar pensando: “Mas eu preciso acompanhar tudo, assinar todas as casas de análise, estar sempre por dentro de tudo sobre investimentos…” A verdade é que você não precisa de tudo isso.
O maior erro é não começar pelo começo
O que você precisa é de clareza sobre seus objetivos financeiros. Saber onde quer chegar e, principalmente, ter uma estratégia que realmente esteja alinhada ao que deseja alcançar. Essa estratégia precisa ser dividida em curto, médio e longo prazo. E aqui é onde o auxílio de um profissional pode ser essencial.
Sim, a sensibilidade do profissional é fundamental. O ChatGPT, apesar de ser superinteligente, não consegue ajudar com isso. Ele não tem o poder de compreender seu comportamento financeiro, de ajustar uma estratégia conforme seu perfil emocional e suas necessidades reais e individuais. E aqui está o grande erro: muitos pulam o começo e vão direto para outras fases, sem antes fazer uma boa estruturação — que, apesar de parecer simples, é muitas vezes negligenciada, e pode comprometer todo o planejamento.
Paciência: o segredo do sucesso — mas será que ainda há espaço para ela nos novos tempos?
E aqui está o maior desafio: uma boa estratégia de investimentos exige tempo, ajustes e, principalmente, paciência. Em um mundo cada vez mais pressionado pela busca por resultados imediatos, o maior erro é se deixar levar pelo imediatismo. O segredo está em personalizar a sua estratégia e segui-la com constância, sem se distrair com as influências do momento.
Quando lemos grandes obras ou histórias de sucesso, todas elas trazem algo em comum: os grandes resultados vieram porque pensaram no longo prazo, com constância, foco e paciência. Esse é o grande pilar do sucesso em qualquer área — e nos investimentos não seria diferente. Não se deixe levar por movimentos que ainda não provaram nada, mas que causam uma instabilidade evidente no comportamento das pessoas.
Embora a era digital traga muitas facilidades, também traz desafios para a nossa capacidade de tomar decisões financeiras conscientes. O comportamento impulsivo e o imediatismo estão dificultando cada vez mais a construção de estratégias financeiras sólidas.
Por isso, busque clareza sobre seus objetivos financeiros e evite a sobrecarga de informações. Personalize sua estratégia de acordo com seu comportamento financeiro e tenha paciência para ver os resultados no longo prazo. O segredo para o sucesso está em entender seu comportamento e ajustar sua estratégia a ele.
Você sente que está sobrecarregado com tanta informação?
Já parou para pensar em como isso tem impactado suas decisões financeiras?
Talvez o excesso de estímulos esteja te afastando da vida financeira que realmente deseja.
Quero te convidar a refletir sobre isso comigo no novo artigo — e, quem sabe, ajustar sua estratégia de forma mais consciente e alinhada ao que realmente importa pra você. Vamos conversar sobre isso?